26 maio 2009

The L Word

Num passeio pelo fórum do Inside BB tropecei num tópico sobre localismo. Entre alguns moderados, não faltam os sempre divertidos disparates sobre pancadaria, relatos de pneus furados e até um moço que se gaba de surfar com uma faca presa ao fato. Cena triste, muito triste ...

Locais, para mim são referências geográficas: Não mudam de sítio, pouco evoluem e sempre que os encontramos sabemos, mais coisa menos coisa, com o que esperar. No surf, a definição de local é ainda mais simples: rapaz agarrado às origens, com necessidade aguda de dar uns passeios de carro.

Nunca percebi o fenómeno. O localismo sempre me pareceu um sentimento contrário a tudo o que o surf representa, contra tudo o que todos nós lá andamos à procura. Não era suposto andarmos à procura da onda perfeita? Será que se ela entrar vinte metros ao lado da minha praia, nem a tento apanhar? E se tiver o azar de ter nascido em frente à Fonte da Telha? Tenho de me manter por lá?

Se acho que os 'locals' de cada praia merecem respeito? Claro, mas só os verdadeiros. Os que não dropinam só por que sim, os que surfam a praia quando mais ninguém o consegue. Esses são os que entram a remar quando os 'heróis' ficam na areia a falar sobre o amigo que está no pico, são os que sacam as manobras sobre as quais os outros mentem, são os que não precisam de ameaças para se impor entre sets. Sem espalhafato, sem arrogância e sem grandes conversas, quem sabe surfar, rapidamente merece uma posição de luxo no pico e ninguém precisa de discutir.

Há anos que tenho o meu poiso definido e nunca me considerei local de coisa nenhuma. Gosto da ideia de surfar à vontade nos Super, em Carcavelos, na Nazaré ou na Costa da Caparica. E a mim, a mais pequena das discussões é suficiente para me estragar a surfada. Perco logo o espírito, o sol deixa de saber tão bem e o pico deixa de ser um ponto de partida para se tornar no centro da luta pela melhor posição. Lamento, mas isso não é surf, é um reflexo canino que se manifesta, não pela vontade de fazer uma mijinha a demarcar o território, mas sim pela garantia de que a melhor do set nos fica reservada.

Relaxem!

Bons Tubos

6 comentários:

  1. António silva (ericeira)26 de maio de 2009 às 21:56

    APARECE NO MEU PICO E SAIS DE LÁ COM AS TRIPAS DE FORA!É SIMPLES

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  2. o localismo é realmente muito triste. o prazer de partilhar ondas é completamente destruido por atitudes sem sentido, reflexo do que as pessoas são fora de água.
    O estranho é fazerem surf. Claramente não o compreendem.

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  3. Simples é a ameba que tens no lugar e cérebro, toni.

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  4. O localismo é como a estupidez humana, não tem limites

    B

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  5. São sinónimos, B.

    PS: para os da laia do António Silva, ou Francisco Sousa ou Manuel Pereira ou outro pseudónimo assim original. Um John Doe, portanto, sinónimos são palavras com o mesmo significado.

    Ps2: John Doe é uma cena inglesa, de Inglaterra, tás a ver, toni...

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  6. Eu acho é que devíamos entregar um prémio ao "toni" Silva. Tenho a impressão que é o primeiro grunho da história das caixas de comentários do Palavras com Sal. Quanto a desperdiçar mais palavras com ele, acho escusado!

    Cocas

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