29 abril 2009

Não acredito

Take retirado do site oficial do Mundial da Bahia

Tâmega pendura pés de pato na Bahia

Primeira prova do mundial de bodyboard a ser realizada no litoral do Nordeste, o Cobra D’Agua Bodyboarding Show Bahia 2009, que acontece entre os dias 28 de abril e 3 de maio, na praia de Armação, Salvador (BA), será marcado também pela despedida do maior ídolo brasileiro da modalidade de todos os tempos.



Depois de fincar a bandeira “brazuca” em praias dos quatro cantos do mundo por quase duas décadas e de conquistar seis títulos mundiais e seis vices, o carioca Guilherme Tâmega anunciou nesta semana que vai abandonar as competições internacionais após a etapa baiana.


O Cobra D’Agua Bodyboarding Show Bahia 2009 é a terceira prova dos circuitos mundiais masculino e feminino e distribui um total de US$ 35 mil para as maiores estrelas do esporte no mundo. A competição é uma realização da Dendê Produções e da Axé Mix e tem patrocínio do Governo Federal (através da Petrobras), do Governo do Estado da Bahia (através da Secretaria de Turismo – Setur – e da Bahiatursa), da Prefeitura de Salvador, da Cobra D’Agua, da Allboards e do Shopping Iguatemi.



Além de Guilherme Tâmega, as ondas da praia de Armação terá estrelas como o atual campeão do mundo, o baiano Uri Valadão, a capixaba Neymara Carvalho (tricampeã mundial), o australiano Ben Player (bicampeão do mundo) e os atuais líderes dos rankings, o australiano Ryan Hardy e a porto-riquenha Luz Marie.



Decisão não é irreversível No auge de sua forma física e técnica, o hexa-campeão nacional declarou nesta semana ao site Abbctour e ao blog radicais de O Globo que o motivo da sua aposentadoria é a falta de verba para viajar.



“Estou bem, em forma, bem preparado e motivado. Só não tenho condição financeira de competir. No ano passado foram quase US$ 20 mil gastos em viagens. Com a crise mundial, o meu patrocinador, que é americano (WR), cortou custos e as coisas se agravaram”, lamenta.



Apesar do peso da decisão e da decepção por ter tomado este caminho contra a vontade, Tâmega esbanja entusiasmo quando o assunto é competir no Nordeste pela primeira vez em uma etapa da International Bodyboarding Association (IBA).



“Minha expectativa é gigante. Não só pelo fato desta etapa acontecer no Brasil, mas sim no Nordeste, que é uma região que me identifico muito com as pessoas e com o clima tropical. Voltar a competir em Salvador vai ser o máximo”, comemora.



A última vez que o maior mito do bodyboard brasileiro competiu em Salvador foi no final dos anos 80, quando a capital baiana sediava uma das etapas do brasileiro. “Depois disso, passaram-se mais de 15 anos que não coloco a lycra de competição na Bahia. Eu simplesmente adoro a região”, entusiasma-se.



“Conheço muita gente bacana, o acarajé e as ondas que geralmente são pequenas, porém fortes. Ah! e a água do mar é uma maravilha”, observa o bodyboarder.



Baiano voador Na temporada passada, Guilherme Tâmega lutou até a última etapa para conquistar seu sétimo título mundial, mas, a "pedra" no pé-de-pato foi justamente um baiano. “Sabia que o Uri seria a pedra dura a ser quebrada em 2008 e não deu outra. Sabia que a fome dele em ser campeão mundial estava no limite e ele acabou conquistando o título”, confessa.



O hexa-campeão explica que faltaram algumas coisas e houve erros que ele não pretende repetir novamente. “Para quem ficou afastado em 2007, eu acho que 2008 foi um ótimo ano para mim”. Ele explica que sua decisão de abandonar o mundial pode ser reversível, mas destaca que não dá para continuar competindo com a pressão de ter que vencer a etapa para não ter prejuízo.



“No ano passado eu banquei do meu próprio bolso várias etapas, mas neste ano dei um basta”, explica o atleta. Ele voltou a morar no Rio de Janeiro com a esposa Dani e os filhos Kim e Kiron. “A única coisa que me faria continuar nas competições é um patrocínio financeiro que banque todo o circuito mundial”, avisa.



Para Flávio Brito, diretor de mídia da IBA, editor do site ABBC Tour e diretor técnico do Circuito Mundial no Brasil, a aposentadoria do Guilherme Tâmega é imensurável. "O Brasil perde, o esporte e o mundo perdem. Ele está no auge de sua forma física e técnica. Liderou metade do circuito no ano passado e perdeu o título (para Uri Valadão) na última etapa, por detalhes”, explica.



“O bodyboarding no Brasil vive o seu segundo boom e precisamos dele, pois ele é e sempre será nossa maior referência”, explica o dirigente.



Indagado sobre o segredo de chegar aos 36 brigando por títulos mundiais com a garotada, Tâmega destaca a força de vontade para superar os limites e a busca de novos desafios. Mas confessa que lutar contra a nova geração brasileira não é fácil.


“Muitos gringos não vêm para o Brasil competir porque sabem do nível técnico da garotada daqui. Tremem. Se o Brasil desse mais apoio aos atletas de ponta, o circuito mundial seria mais verde e amarelo do que nunca”, diz.

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