18 maio 2009

Magic Spots



Cresci por ali. Foi ali que fiz os primeiros 360º, que pela primeira vez passei a barreira do metro e meio de onda e que, no inside, completei os meus primeiros El rollos – sim, que na altura ainda se usava o “El”. Os anos passaram e fui acumulando quilómetros no L., uma onda que, dizem alguns desentendidos, não presta para Bodyboard. Por lá apanhei, sem qualquer dúvida, as maiores ondas da minha vida. Tinham mais de dois metros e ainda não perdi a esperança de um dia voltar a ter ritmo para subir a fasquia. Será possível? Sinceramente, não sei, mas tenho uma certeza: se algum dia o conseguir será por ali.

O crowd de quilhas que por ali habita, o facto do pico ser apertado e de, normalmente, ter uma perigosa mistura entre bons surfistas e de bifes descoordenados, não favorece o ambiente, sempre tenso, na água. Além da hierarquia que exige respeito, no L. há outra regra que não pode ser desrespeitada: quando chega o set, é proibido deixar passar ondas e quem o faz, normalmente, ganha direito a ser discretamente empurrado para trás do pico e a ser dropinado até ao final da surfada. Mas o L. nunca desaponta quem cumpre as regras. A esquerda é longa, é preciso ir de cabeça à frente e, sobretudo, acreditar que no bottom a prancha vira, que falhamos as pedras e que o lip não nos acerta nas costas. Sabendo isso, nem é complicado apanhar uma sombrinha logo no take off.

No Sábado, a ondulação era quase inexistente e o vento estava torto. Ainda assim, a simpática lage, sempre pronta para nos receber depois de uma manobra falhada, arranjou maneira de soltar uma ou duas boas ondas. O suficiente para matar saudades da esquerda que me viu crescer. À saída, acusaram a minha prancha de ser um ‘barco’ por ter feito mais ondas que todas as outras. Mas será que duas Ben Player e uma Hardy são assim tão piores que uma Hubb? Tenho dúvidas (eh eh eh), mas é escusado dizer que cheguei à areia de barriguinha cheia e com (ainda) mais vontade de ir de barbatanas para o pico com mais quilhas com m2 da costa portuguesa. Tinha saudades de apanhar ondas com os pés assentes na pedra, tinha saudades da vertigem que a minha esquerda causa a cada drop e, sobretudo, tinha saudades de surfar com a turminha do costume.

4 comentários:

  1. Fiquei fã. É pena o crowd.

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  2. Quando é que me levas ao L Point?

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  3. Também já tinha saudades... Tanto da turminha como do L. ;)
    E para que fique bem claro... A Hardy era em PE, e não pertencia ao rider!
    Avizinha-se, quiçá, uma barriga cheia de ondas, diferente deste último sábado, no próximo regresso ao L. E... desconfio, de fonte segura... Que será uma Ben Player 41.5" de cor preta! Será?
    Cenas dos próximos capítulos...

    Abraço

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  4. mas que onda mágica é esta do "L" ?

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