Eles lá, nós por cá. E todos juntos no line up

Nunca fiz distinções. Na água, há surfistas e não surfistas e para essa distinção pouco interessa o veículo utilizado. Em pé, de joelhos, deitado ou sentado, os surfistas identificam-se pelo brilho dos olhos. Quando encontram ondas, os verdadeiros surfistas sentem a pele a arrepiar, sentem um impulso que os obriga a enfrentar frio e correntes, sentem a ânsia de apanhar na cabeça.

A guerra entre Bodyboard e Surf sempre me pareceu uma má jogada. O resultado há muito que está decidido e o estatuto de underdog nunca me incomodou. Eles serão sempre os ricos e nós os pobres, eles terão sempre o mediatismo e a reputação, mas isso, ao fim-de-semana quando chega a hora de ir apanhar umas com os Suspeitos do Costume, pouco interessa. A competição profissional de surf já acumulou décadas de experiência, têm várias gerações de 'estrelas' e muitas temporadas a afinar a engrenagem e corrigir erros. Nós por cá, estamos agora a começar e o atraso - embora pudesse ser bem mais pequeno - é inevitável.

As diferenças na competição são assustadoras, mas não deprimem. Na água, não há webcasts, patrocinadores ou replays. Na água, entre amigos, ninguém está preocupado em comparar o ordenado do Hardy com o do Slater. Na nossa cabeça, a única preocupação é apanhar a do 'set', fazer aquele tubo ou fazer uma manobra inédita ... Queremos ondas, água, porrada, adrenalina e, embora possa parecer contraditório, PAZ. Como lá se chega, pouco interessa. Por mim, na água prefiro ir deitado. Mas em casa, sentado ao computador, não escondo que comecei a acompanhar o WCT como se de Bodyboard se tratasse. Não é o meu desporto de eleição, mas o nível dos atletas é incomparavelmente superior, a transmissão é profissional e chega a ser divertido acompanhar a evolução do Surf como desporto. Sem traumas ou complexos.



P.S: HM, que documentário é esse sobre Bodyboard? Há cópias para os companheiros blogueiros?


Bons Tubos